quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Devaneios

Ah como o meu sangue correu quente em minhas veias
Quando o meu olhar encontrou o seu!
Como sentia meu corpo estremecer a cada toque,
A cada palavra sussurrada em meu ouvido,
A cada pedido de mais um beijo,

Foste capaz de dominar o meu ser completamente,
Toda aminha alma estava presa a ti,
Toda a minha vida estava restrita a você;

Sua voz, seu aspecto
Seus lindos lábios vermelhos!
Como soava como musica aos meus ouvidos sua voz,
E como eu me deleitava diante a contemplação dos seus olhos;
Enquanto visse seus olhos abertos não era capaz de fechar os meus.

Eu era capaz de me enfiar no meio de um furacão com você
Apenas para realizar seus desejos mais insanos,
Vendo tudo se desvanecer ao nosso redor.

Quantas lágrimas consagrei a sua memória;
És somente tu que haverá de preencher esse vácuo que existe no meu peito;
Ainda queima em meus lábios o fogo que brotou dos teus,
Aquela delicia ardente que queima meu coração.

Sem você tudo se reduz a nada
E é isso que vivencio hoje, o nada
A falta de você;
Ah como eu queria dissipar tudo a minha volta,
Entregar-me em um grande e magnífico sentimento;
Não existe nada tão instável quanto o meu coração.

No meio da noite, em vão
Estendo meus braços a você,
Fico a procurar-te na minha cama
Enquanto vivencio um puro devaneio;
Então tudo volta ao nada.

Era apenas mais um sonho!

                                       Brena Castro

terça-feira, 30 de agosto de 2011

A Lua

Você já viu a lua hoje?
Olhe como ela está bela!
Grande e redonda, assim,
Como seus belos olhos de piedade;
Somente este astro para iluminar
As nossas mini-(in)certezas.

A lua vela a nossa conversa,
Rir de tudo o que dizemos,
Palavras soltas ao vento
O ar repleto da infinita espera que nos consome;
Desejamos apenas que a noite não termine
E esperamos que nossa espera acabe.

"Se o homem já pisou na lua,
Como ainda não tenho o seu endereço?"
É como se realmente a lua
Estivesse mais próxima de mim do que você.

A lua é capaz de iluminar a minha noite
E a luz dos seus olhos, outrora
Fora capaz de iluminar minha alma
Que hoje se perde na escuridão adentro.

Sinto sua falta!
E tudo o que se passou
Hoje é apenas um gigantesco relicário de lembranças;
A lua continua a iluminar no céu,
E sua voz está tão perto
Que até chego a acreditar que estás ao meu lado.

A lua me inspira
E você é o dono das minhas palavras;
Não espere mais,
Não esteja tão longe.
Não seja tão indiferente
Talvez quando perceber seja tarde de mais
E a lua pode não estar mais lá.

                                   Brena Castro.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Noites de Espera

Juntos estaremos na nossa tênue embriaguez,
Separados eternamente por essa distância que odiamos,
Esperando sem cessar por um amanhã que não virá;
E meu unico consolo é saber que pensas em mim.

Passam-se os minutos que se transformam em anos
E o relógio, como se fosse um inimigo,insiste em seguir,
Nesse passar das horas ja nem sei o que estou a esperar,
E porque ainda espero?

Envolvida nessa infinitude melancolica
Degenerando qualquer esperança que ainda resta a dentro
Sufocando minhas fantasias e sonhos;
Sinto como se estivessemos cada vez  mais distantes;

O ócio do dia-a-dia é um martírio para os meus pensamentos,
Me parece inútil sofrer por algo, ou alguém, que não virá,
E apenas o pensar não é capaz de transportar as pessoas;
É só mais uma noite que me deixa a esperar-te.

                                                             Brena Castro

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Pequeno Príncipe


És tu meu pequeno príncipe de cabelos cor de ouro!
Meu adorável amigo,
Um doce anjo com sentimentos efêmeros;
Ah meu pequeno grande poeta!
Pronunciastes palavras tão puras e inocentes
Mas ainda assim não foram bastante para nos manter unidos.

Perder um amigo é extremamente doloroso;
Antes era ainda para mim
Nada além do que um simples garoto,
Mas tu veio e me cativou;
És para mim agora único no mundo,
E até outrora eu era sua rosa,
Seu mais precioso bem
Única no seu mundo;
Mas seus sentimentos são transitórios
Ou apenas instáveis, tanto faz.

Eu ainda tenho necessidade de ti
E se um dia te cativei, também terás necessidade de mim,
Mas se ainda não é o bastante
Digo-lhe mais uma vez:
-És tu meu pequeno príncipe.

Eu não te perderei assim tão facilmente,
Continuaras sendo responsável por aquilo que conquistou;
Meu doce anjo
Tu ainda não serás capaz de encontrar uma rosa
Igualmente modesta como essa,
Nem mesmo uma digníssima raposa te cativara tanto.

“Serás para mim único no mundo
E eu serei para ti única no mundo.” 

                                        Brena Castro

terça-feira, 28 de junho de 2011

Enigmático Anjo

E depois de nos envolvermos diga-me apenas o que você é
Vamos lá, siga em frente,
Mas se ainda não queres definir-se
Ficaras sendo para mim como um enigmático anjo,
Aqueles adoráveis “seres” que não se definem sexos;

Vamos bela criatura
Lance em mim toda essa sua beleza
E me embriague com seus misteriosos olhos
Venha, pode vir sem medo
Envolva-me e deixe-me sentir suas curvas;

Mostre-me mais um pouco de tudo
E agora me diga o que você é
Ou continue sendo um enigmático anjo,
Venha, vim aqui por você, não temas;
Eu ainda não sei o que tu és
Mas te observo desde sempre;

Vim para desvendar seu mistério
Mas quando um mistério é muito grande a gente não ousa desvendá-lo
Então deixemos um segredo no ar,
Agora, apenas toque meus lábios
E continue sendo meu enigmático anjo.

                                        Brena Castro

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Ébrioso Coração

Sentimentos de incerteza pairam por sobre minha cabeça,
O desejo que me consome é apenas a falta de você,
Falta essa, que me causa sofrimento;

Tento esquecer apenas por um momento
A intensão do destino em ter traçado nossas vidas,
Nesse instante apenas um cálice dessa bebida de cor sangrenta me trará paz.
...
Uma sensação de leveza passeia por entre meu corpo,
Minha paz está parcialmente concretizada,
Porém, minha noite de quinta-feira não está totalmente completa;

Meu melhor dia da semana está indo embora
Sem nenhuma emoção,
E ainda está levando você
Que nunca, realmente, esteve ao meu lado,
Mas que a todo momento está em meu ébrioso coração.

                                                                 Brena Castro

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Toco Tua Boca

Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha.
Tu me olhas, de perto tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de cíclope, olhamo-nos cada vez mais perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se e os cíclopes se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragância obscura. E, se nos mordemos, a dor é doce; e, se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água.
                                                           (O Jogo da Amarelinha. Julio Cortázar.)

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Vitória Sem Glória


Entrego-te minha vida,
A minha vitória sem gloria;
Meus pensamentos que vivem em função do passado e da dor,
Desses tais pensamentos, o infortúnio.

Eu faço das mentiras as minhas armas
E do teu sangue, o liquido que sacia minha cede
Faço de tua confiança a minha vingança,
E dela deleitar-se transmutando em uma dança.

O destino não pode repor minha vida
Sombras do meu passado realizentas.
A dor, que enfim pôr?
Enquanto ele vier eu sei que ainda estou vivo

É só outro dia, a vergonha se foi;
É difícil de acreditar que eu a deixei partir.
É apenas uma lubri melodia, e ela sangra em mim
Degenerando minha vida vazável;

Oh vida vazia!

Espera a putrefação dos seus olhos
Para não ver esse desvanecer de alegria,
Pessoas vestidas com máscaras,
Escondidas de suas faces,
Inseguras

E ao fim desse dia de espera,
Trago-te meu doce devaneio, ô agradável quimera!

Enterra-me nesse túmulo sem fim,
Para onde tudo vai e nada volta.
Enxuga essas lágrimas falsas,
Toca meu rosto pálido,
Para enfim, nesse túmulo morrer
Minhas esperanças e alegrias
Que existiam em mim;

Em meio mais uma vitória sem gloria!

                             Giordano Bruno de LaMarques

Arco Iris


Suas lágrimas veem molhar minha face,
Tão pouco restou de um amor que acabou tão triste,
Agora percebo que e o final do meu arco Iris é preto e branco,
E invés de um pote de ouro
O que tenho é um pote de cinzas;

Enterro esses sentimentos no âmago,
A emoção se foi,
Mas mesmo bicolor o restante do meu amor ainda é visível;
Meu ser agora é um cemitério de sentimentos.

Rosas mortas, palavras perdidas,
Um inútil e desgastoso sentimento
Ainda teima em me consumir,
São vestígios de quando me cativavas,
E tu és eternamente responsável por aquilo que cativas;

Um cemitério de vidas, de lembranças e de quimeras,
Um belo cenário para uma linda pintura,
Ao fundo, meu arco Iris de duas cores,
Adentro, a esperança de encontrar uma aquarela.

                                                 Brena Castro

Madrugada Sangrenta


Noite longa e penumbrosa!
A insônia é minha única companheira,
Nesta madrugada estou completamente sozinha,
Nem mesmo meus sonhos para me infortunar;

Pensamentos de incerteza pairam sobre minha cabeça;
Estou anestesiada,
A dor que você me causou
É um fatídico sofrimento

Seu pessimismo me maltrata
Seus longos momentos de instabilidade me deixam confusa;
Não sinto nada,
E nessa madrugada sangro apenas para saber que estou viva.


                                                                        Brena Castro

domingo, 19 de junho de 2011

Morena

É loucura, meu anjo, é loucura
Os amores por anjos... bem sei!
Foram sonhos, foi louca ternura
Esse amor que a teus pés derramei!

Quando a fronte requeima e delira,
Quando o lábio desbota de amor,
Quando as cordas rebentam na lira
Que palpita no seio ao cantor...

Quando a vida nas dores é morta,
Ter amores nos sonhos é crime?
E loucura: eu o sei! mas que importa?
Ai! morena! és tão bela!... perdi-me!

Quando tudo, na insônia do leito,
No delírio de amor devaneia
E no fundo do trêmulo peito
Fogo lento no sangue se ateia...

Quando a vida nos prantos se escoa
Não merece o amante perdão?
Ai! morena! és tão bela! perdoa!
Foi um sonho do meu coração!

Foi um sonho... não cores de pejo!
Foi um sonho tão puro!... ai de mim!
Mal gozei-lhe as frescuras de um beijo!
Ai! não cores, não cores assim!

Não suspires! por que suspirar?
Quando o vento num lírio soluça,
E desmaia no longo beijar,
E ofegante de amor se debruça...

Quando a vida lhe foge, lhe treme,
Pobre vida do seu coração,
Essa flor que o ouvira, que geme,
Não lhe dera no seio o perdão?

Mas não cores! se queres, afogo
No meu seio o fogoso anelar!
Calarei meus suspiros de fogo
E esse amor que me há de matar!

Morrerei, ó morena, em segredo!
Um perdido na terra sou eu!
Ai! teu sonho não morra tão cedo
Como a vida em meu peito morreu!

Álvares de Azevedo